Frases de Rui (6): quando o assassino veste farda
De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.... O homicídio é um crime sempre chocante, repugnante, dos mais graves que existem. Se um agente do Estado, vestindo a farda, esse símbolo de autoridade, honra e dever, tira a vida de um inocente, ou de quem está rendido e desarmado, o crime torna-se duplamente chocante, soberbamente repugnante, ainda mais grave. Quando esse agente, tendo cometido tal crime, encontra passividade e até proteção em seus superiores, o criminoso é o próprio Estado, a sensação é de revolta, e o espírito se arma contra a injustiça. Foi imbuído desse espírito que Rui Barbosa subiu à tribuna do Senado em 15 de dezembro de 1914, para apresentar um requerimento e ler a carta recebida de um oficial da marinha sobre um caso de grande repercussão, ocorr...