Postagens

Mostrando postagens de novembro, 2020

Carta ao Papai Noel

  Caro Noel,   Escrevo-te pela primeira vez. Ainda não era perfeitamente alfabetizado quando vi o sonhado brinquedo no porta-malas do carro da família e concluí que não existias, que eram os meus pais quem comprava o presente. Perdoa meu equívoco. Desconhecia, então, os cânones da novilógica, mais especificamente o postulado dezessete, segundo o qual   17. Aquele ou aquilo cuja inexistência não puder ser cabalmente demonstrada, existe.   Hoje entendo que não havia elementos suficientes para uma conclusão tão radical. Afinal, não sei como o brinquedo foi parar lá, como foi embrulhado e como apareceu sob a árvore naquela noite feliz. Aliás, quem pode assegurar que o “Castelo de Greyskull” por mim avistado na hora de descer as malas era o mesmo que eu viria desembrulhar horas mais tarde, sem ter acompanhado, ininterruptamente, a respectiva cadeia de custódia? Vai ver meus pais quiseram se precaver, para o caso de eu não ter sido um bom menino. Vai ver te...