Memória de 1989
Taí um ano animado. Em 1989, os brasileiros foram às urnas votar para Presidente da República, depois de quase trinta anos. Era tanta empolgação que nem as crianças ficavam de fora. Na escola onde eu estudava, filhos de tucanos e petistas desafiavam a maioria malufista em calorosos debates. E olha que estávamos no primário! E a guerra dos plásticos? Nas janelas das casas e, principalmente, dos automóveis, os plásticos (leia-se: adesivos) davam o tom e serviam como termômetro. Havia os fiéis (deixaram os adesivos colados por anos, mesmo após as Eleições), os volúveis (trocavam o plástico toda semana), os confusos (enchiam o vidro com propagandas diferentes) e os piadistas. Esses últimos cortavam e misturavam os adesivos para criticar a concorrência. “Collorido”, “Bollor”, “Mula”, “Cocovas”, “Brizmola” e “Maluco” são algumas das montagens de que me lembro. Meus pais assinavam a revista “IstoÉ”, que a cada pesquisa trazia na capa caricaturas dos candidatos, como se estivessem ...