Memória de 1990
Desde pequeno me perguntavam “o que vai ser quando crescer”? No início, me atraíam as profissões de porteiro – as centrais de interfone da época eram um charme – e de frentista, cujos macacões remetiam aos ídolos da Fórmula 1. Depois piloto de avião, engenheiro mecânico, diplomata... até que em algum momento da adolescência me firmei no rumo do jornalismo, profissão que exerci por muito pouco tempo, entre 2000 e 2001. Olhando para trás, não sei se escolhi ou fui escolhido, pois desde que, ainda na segunda série, escrevi a história da “Eleição do João Patão”, e outras do tipo, virei o xodó das professoras de Português. Mas quem realmente plantou essa semente na minha imaginação foi a Dona Leda, professora da quarta-série, que me chamava de “escritor” e vivia deixando recadinhos amorosos nas minhas redações, algumas das quais eu guardo até hoje. Certo dia, já mais para o fim do ano, ela nos passou a seguinte situação: “invente uma história de um jovem que muito lutou para v...