A Política é a solução
O esvaziamento
da arena política como palco central na definição dos rumos do País é uma
preocupação constantemente expressa em artigos dos mais variados autores, e sob
as mais diversas abordagens. No fim das contas, a mensagem que fica não poderia
ser outra: a política não é o problema, a política é a solução, na medida em
que é a única forma civilizada de que dispõe a sociedade para resolver os seus problemas.
Não se
trata aqui de “velha política” ou “nova política”, mas apenas de voltar a
entender a política como aquilo que realmente ela é, e deixar de defini-la apenas pelos
vícios que se apresentam no processo político, que são, na verdade, vícios sociais que atingem todo o
ambiente em que a política se encontra imersa e ao qual não está imune.
A
corrupção, por exemplo, não é um vício intrínseco e necessário da política, mas
um vício que atinge, em maior ou menor grau, toda a sociedade.
Apesar
disso, a grande visibilidade da corrupção no meio político permitiu a criação
de uma falsa narrativa em que a política é a origem do mal e o político é uma
espécie de ser alienígena, quando na verdade nós deveríamos saber que os
políticos emergem da sociedade e carregam consigo vícios e virtudes que já possuíam.
Os
maiores beneficiários da ideia de que todo político é corrupto são justamente
os políticos corruptos, que passam a competir em pé de igualdada com aqueles
que não são corruptos. Afinal, se “todo mundo rouba”, não há razão para deixar
de votar naquele político condenado por corrupção. Se “todo político é bandido”,
uma pessoa honesta vai pensar mil vezes antes de disputar um cargo eletivo e
destruir sua reputação. Já os desonestos não têm nada a perder.
É
preciso retomar os significados do que seja fazer política e do que seja negar
a política.
Fazer
política é dialogar, negociar, construir entendimentos, buscar o consenso,
convergir, divergir, ceder, fazer oposição, fazer coligação, tudo isso é do
jogo desde que se respeitem as regras.
Por
outro lado, pedir o fechamento do congresso, exigir viradas de mesa nos
tribunais, construir maiorias na base da compra de votos, querer governar por
decretos, praticar o “doping” eleitoral, seja por financiamento com recursos
ilícitos, seja através de campanhas de desinformação, tudo isso é a negação da
política.
Basta
olhar o que se pratica nas nações mais e menos desenvolvidas para ver qual dos
dois caminhos conduz ao brejo.
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